sexta-feira, 26 de junho de 2015

Huayna Potosí - Bolívia


Essa foi a verdadeira surpresa em meu roteiro, já havia realizado todos os passeios na Bolívia e era chegada a hora de deixar La paz e seguir para o Uyuni, mas não foi bem isso que aconteceu, nessa altura da viagem já sabia que não daria para fazer a subida do vulcão Vila rica no Chile, pois o mesmo havia entrado em erupção e a área estava isolada, sendo assim optei por subir o famoso Huayna Potosí em substituição dos três dias destinados a Pucon no chile, e sim o fiz.
É importantíssimo não confundir Huayna Potosí com a cidade de Potosí, a cidade fica ao sul da Bolívia e o pico fica ao norte de La Paz, bem pertinho da capital, já o grau de dificuldade desse passeio não é para todos, são três dias subindo a montanha e apreciando as mais ricas emoções que classifico de, incrível, fantástico e recomendável, e é dessa forma que tudo começa.

Dia 1
Procuramos a mesma agencia e solicitamos a realização do passeio, foi tudo muito rápido e no dia seguinte já estamos a caminho do majestoso pico, como era nosso último dia em La paz fechamos com o hostel e partimos para agencia, a dica é que a depender do hostel você pode pedir na recepção para ficarem com suas bagagens até o retorno da escalada, no meu caso, além do hostel ter ficado com uma parte da bagagem, também contei com os serviços da agencia que também se responsabilizou por nossos pertences, até porque somos orientados a levar apenas o necessário, por volta das 10:00h estamos a caminho de um dos mais altos picos das Américas. Nesse primeiro dia basicamente fizemos a climatização com o a neve e aprendemos praticas sobre atitudes técnicas de caminhar com Grampons e piolet, treinar quedas, escalada em encosta inclinada, deslocamento em terreno glacial, resgate, encordoamento, orientação e progresso no gelo, basicamente fizemos uma pratica do que seria necessário para chega até o cume e isso acontece a mais ou menos 2,5km do refúgio um em uma glacia de mesmo nome do pico, lugar lindo e surpreendente, tudo isso próximo do primeiro refúgio que fica a 4700m de altitude e a abeira da represa Zongo que nos oferece uma paisagem belíssima no pico Huayna Potosí, o frio é grande e a climatização nesse ponto é muito importante. (Existe pacote de 2 dias sem essa climatização, mas não aconselho caso não tenha experiência em subidas de pico dessa altitude).





















   

Dia 2
No segundo dia acordamos com tudo branco e cheio de neve, mas muita neve mesmo, tive um pouco de medo, a paisagem era bem inóspita e o guia já havia informado que se continuasse com tanta neve não poderíamos subir para o segundo refúgio a 5135m, a passagem da noite aqui só foi possível devido à grande quantidade de chá de coca e de comprimidos que ingeri, pois durante a madrugada passeio muito frio e a dor de cabeça era constante devido a altitude; por volta das 10:00h começamos fazer a caminhada para o segundo refúgio que fica mais ou menos a 3km de distância do primeiro refúgio e se depender do tempo começaremos hoje mesmo a subida até o cume.


Dia 3
Quando chegamos ao segundo refúgio o corpo e a mente só queriam descanso, mas a alma não, mesmo cansado o que mais queríamos era apreciar a paisagem que já era uma coisa de louco e deixava sempre um gostinho de quero mais, por volta das 00:00h acordamos para montagem dos equipamentos e começa a tão esperada subida até o cume, pra essa subida o tempo é de 6 horas caminhando sobre a neve que varia de 5 as 30 centímetros, a verdadeira dificuldade só é reconhecida quando você chega até aqui, os primeiros passos foram terríveis e até você se adaptar a caminha em neve de 5cm leva um tempo, já se pode ver alguns colegas desistindo antes mesmo da primeira investida, quando chegamos aos 5600 metros é visível o cansaço do grupo e eu ainda estava ali fraco e relutante, nesse ponto da subida são delimitadas áreas para descanso de 5 minutos, o vento é constante e a temperatura beiram os -10c, o que sei é que a única coisa que vejo na minha frente é a corda que me liga ao guia e as lanternas que ficam na cabeça dos colegas de escalada, nesse ponto a visibilidade é pouco e a dor de cabeça incomoda muito, quando passamos dos 5600 percebo um grupo pardo em minha frente, era mais dois que estavam perto de desistir, eu fui até os meus 5800, não sei exatamente se essa foi a altitude alcançada, segundo o guia sim, estava bom para um brasileiro litorâneo feito eu e que pouco estava acostumado com tanta altitude, sobre meu amigo ele ainda conseguiu chegar até os 5300m, ele passou muito mal e estava no primeiro grupo que desistiu, a volta para o refúgio é feita também por um guia e assim que todos voltarem do cume será iniciado o retorno para o refúgio um, onde lá estará a van que nos levara para La

























Uma das mais belas e irresistíveis experiências da minha vida . 



2 comentários:

  1. Que bacana essa expedição! Quero fazer o Aconcagua ano que vem, pelo menos até o acampamento base, mas tenho receio da altitude. A minha maior foi de 4200m no Chile divisa com a Bolívia e tive muitaaa dor de cabeça!
    Legal seu relato!

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  2. Olha realmente esse exige um pouco mais de habilidade,mas se for na Bolívia tente ir no Chacaltaya, são 5300m sendo que 5100m subimos de carro, leia meu relato. e obrigado por vir ate aqui.

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